Ouça agora

Ouça agora

Ao MP, radialista confessa ter falsificado documento e diz que ex-vereadora de Juína ajudou na fraude

Postado em 30/07/2019 por

Compartilhe agora.
juina news
O quebra-cabeça começou a ser montado pelo promotor Marcelo Linhares, da 1ª Promotoria de Justiça Cível de Juína, após ouvir o depoimento do radialista e ex-vereador Walter Pezolato, até então, suspeito de falsificar a assinatura do vereador Valdemar de Faria numa declaração utilizada na prestação de contas de um projeto cultural que custou R$ 20 mil. Linhares deu todos os detalhes do caso na última sexta-feira ao programa “Pauta Livre” da Band Fm.
 
O projeto foi elaborado em 2014 em nome da artista plástica Marli Juvenil que produziu a pintura de 16 telas (2 delas foram enviadas à Cuiabá como parte da prestação de contas). Em depoimento, Marli confirmou que abriu uma conta no Banco do Brasil para receber o recurso, porém era Walter quem a movimentava, e do total, recebeu apenas R$ 3 mil. 
 
Numa visita à prefeitura, o promotor localizou 2 telas, as outras 12 pinturas estavam na residência da ex-vereadora Salete Bergamin, que foi ao Ministério Público fazer a entrega assim que a polêmica começou. Ao promotor Salete alegou ter esquecido de entregá-las à Câmara.
 
No depoimento prestado na última quinta-feira (25/07), Walter Pezolato assumiu a culpa pela falsificação da declaração. “O Walter assumiu a conduta, ele falou que realmente fez junto com a Salete o projeto, e que achou a artista. No começo deste mês o estado de Mato Grosso, através da Cultura, cobrou deles uma declaração que comprova a entrega dos bens [os quadros] à Câmara, eles não tinham, foi atrás do Paulão [que era presidente da Câmara à época] para fazer um documento com data de 2014, Paulão chegou a fazer, mas foi orientado a não entregar, depois ele foi atrás do Valdemar que estava na zona rural, aí o Walter falou que talvez ia falsificar a assinatura e Salete ajudou a falsificar. Salete teria entregue para o Walter um ofício da Câmara com timbre e Walter usou esse documento e entregou para Salete levar para Cuiabá, então Walter ao Ministério Público foi categórico ao afirmar que Salete sabia sim que se tratava de um documento falsificado”, detalhou.
 
Salete negou, quando questionada pelo promotor se sabia da falsificação do documento. “Ela falou que levou o documento falsificado pra Cuiabá, mas nem sabia do que se tratava, apenas levou um documento dentro de um envelope”, explicou o promotor.
 
Mas esta versão foi desmentida pelo MP. “Eu já sabia de outros elementos, por exemplo, que a pintora Marli Juvenil tinha sido procurada pela Salete e Walter, e nessa oportunidade o Walter tinha confessado que teria falsificado a assinatura e a Salete estava do lado, então na hora que ela [Salete] falou que não sabia, ela já mentiu. É complicado, se a pessoa já está tentando te enganar ali, é difícil você dá o mesmo peso para palavra dela neste momento, ela deveria ter falado a verdade ainda mais que estava na presença de um promotor de justiça”, destacou.
 
Segundo promotor, Salete deve responder pelo crime de peculato, que é a apropriação de bem público, já que na época, era vereadora. “E o crime de falsidade material, porque todo documento foi falso, não foi só a ideia que está no papel, pois de acordo com às declarações do Walter, os dois estavam trabalhando juntos para justificar uma liberação de dinheiro que não devia ter ocorrido, afinal de contas, os quadros não foram entregues”, enfatizou Linhares. 
 
Além da área civil, os envolvidos também deverão responder por crimes na esfera criminal. À reportagem não conseguiu contato com a defesa dos citados e se coloca a disposição para ouvir a versão de cada um.
 
 
  •  

juina news

Link da Notícia

Deixe um comentario

Estamos felizes por você ter optado por deixar um comentário. Lembre-se de que os comentários são moderados de acordo com nossa política de comentários.

quinze + 4 =