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Postado em 26/08/2020 por Redação Rádio Princesa FM
Já está na Justiça o possível caso de apologia o estupro contra o padre Ramiro José Parotto, da Paróquia São José Apóstolo de Carlinda (a 724 km de Cuiabá), após afirmar em rede social que a menina de 10 anos, violentada por quatro anos pelo tio e que engravidou, tendo que passar por aborto legal, compactuou com o estupro.
O caso foi remetido para o Juizado Especial Cível e Criminal de Alta Floresta, que já marcou uma audiência preliminar para 22 de dezembro, às 13h.
Ao , o delegado Pablo Carneiro disse que já concluiu o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e protocolou o documento, relatando os fatos, no sistema virtual da Justiça mato-grossense nesta quarta (26).
Na tarde de segunda (24), o padre Ramiro foi ouvido pelo delegado, que admitiu ser o autor das postagens que constavam em sua rede social e reconheceu que foi “desagradável e preconceituoso com relação às vítimas de abuso sexual”.
O Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) é um procedimento investigativo mais rápido do que um inquérito policial. São alvo do TCO os crimes de menor potencial ofensivo, ou seja, àquelas que dão até 2 anos de prisão ou multa. Para concluir o documento, o delegado pode só constar o depoimento dos envolvidos e o boletim de ocorrência sobre o caso e, em seguida, remetê-lo a Justiça.
O caso
O Padre Ramiro foi alvo de um “bombardeio” de ofensas virtuais depois publicar pelo seu perfil pessoal, no Facebook, que a garota de 10 anos estuprada pelo tio e que engravidou, compactuou com o crime sexual.
“Duvido uma menina ser abusada com 6 anos por 4 anos e não falar. Aposto minha cara. Ela compactuou com tudo e agora é menina inocente. Gosta de dar então assuma as conseqüências”, escreveu em um comentário.
O comentário teve muitos compartilhamentos e o pároco foi alvo de pessoas que não concordaram com a visão. Atacado, Ramiro reclamou de distorções e afirmou ter sido hackeado. O religioso tornou privado seus perfis na rede e, em carta, pediu perdão por acusar a garota.
A Diocese de Sinop, pelo qual a Paróquia de Carlinda está subordinada, decidiu manter o padre na igreja, mas o proibiu de suas atividades religiosas, como ministrar missas e sacramentos.