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Após ter mãos decepadas pelo ex, mulher precisa de próteses

Postado em 30/07/2019 por

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juina news
"e;Foi condenado há 15 anos, mas isso não vai trazer minhas mãos de volta. Ele tinha que pagar o resto da vida"e;. A declaração é de Geisiane Buriola, de 32 anos. Ela se refere a um episódio que aconteceu em abril de 2017, quando o ex-marido, Jair da Costa, decepou as mãos e punhos dela na residência onde os dois moravam em Campo Novo do Parecis (a 397 km de Cuiabá). Dois anos após o crime, ela ainda busca doações para conseguir próteses, que custam, em média, R$ 500 mil. 
 
Geisiane não tem condições financeiras para arcar com os custos das mãos mecânicas, já que ficou impossibilitada de trabalhar desde que foi vítima da violência. Atualmente, ela conta com um salário mínimo referente a uma aposentadoria. O valor, porém, não é o suficiente para fazer a compra das próteses. 
 
"e;Estou pedindo uma ajuda para conseguir uma prótese, mas, até hoje, não consegui nada, nenhum tipo de doação. Essas próteses, pelo que vi, meio por cima, custam de R$ 250 mil a R$ 500 mil"e;, contou. 
 
As mãos mecânicas ajudariam Geisiane a realizar serviços domésticos, que podem parecer simples para parte da população, mas que, para ela, se tornaram tarefas desafiadoras, como realizar a própria higiene pessoal. 
 
A renda da mulher também não é suficiente para arcar com os custos da casa, filhos, alimentação e outras necessidades. "e;É muito pouco esse dinheiro e não consigo trabalhar 'para fora'. É muito complicado, preciso de ajuda de outras pessoas para tudo"e;, desabafou. 
 
Atualmente, ela mora sozinha em uma casa do município e depende da ajuda dos filhos ou outros familiares. Nem nos piores pesadelos, Geisiane imaginou que precisaria enfrentar a frágil situação que tem passado, mesmo dois anos após ser alvo do machismo do ex-marido, que acreditava que ela tinha um amante. 
 
"e;Nunca pensei que chegaria ao ponto que chegou, de estar precisando pedir ajuda para os outros. Isso para mim é uma humilhação"e;, afirmou. 
 
 
O crime 
 
 
Ao MidiaNews, Geisiane contou que não se esquece do dia 10 de abril de 2017, data em que teve as mãos e punhos decepadas pelo ex-marido, que foi condenado a 15 anos e seis meses de prisão em regime fechado, sem direito ao apelo em liberdade. 
 
Conforme ela, há cinco dias o homem amolava um facão para matá-la. 
 
"e;Foi 'do nada' que ele cortou meus braços. Ele amolou um facão durante cinco dias, mas eu não sabia. Ele planejou tudo, comprou um som para ligar a música alta na hora que fosse me matar. Ele queria cortar meu pescoço"e;, disse. 
 
Conforme denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu em abril de 2017, no bairro Jardim das Palmeiras. Jair, utilizando um facão, tentou matar Geziane. À época, o marido alegou ter flagrado a mulher com outro. Desde então, ele está preso na Cadeia Pública daquele município.
 
Aquela não foi a primeira agressão sofrida por Geisiane. Desde o início do relacionamento, ela foi alvo da violência física e psicológica do ex-marido. "e;Ele me batia desde o começo"e;, contou. 
 
Ela chegou a procurar a polícia durante algumas vezes, mas revelou que após as insistências de Jair acabava retirando as queixas e dando outra chance para o relacionamento. 
 
Geisiane ficou com mais de mil pontos pelo corpo. Ela foi esfaqueada nos ombros, nádegas, abdômen, pescoço e cabeça. O plano do ex-marido de "e;cortar o pescoço"e; dela começou a dar errado quando Geisiane conseguiu fugir. 
 
"e;Ele me puxou pelo pescoço, sai correndo para pedir socorro. Os golpes que ele me deu foram na cabeça e no ombro, quando virei, coloquei as mãos na frente do rosto para me defender"e;, disse. 
 
Apesar da crueldade, ela contou que no momento em que tudo aconteceu não conseguiu sequer sentir dor. 
 
"e;Para falar a verdade, não senti dor nenhuma. Hoje que sinto a dor de querer fazer as coisas e não ter como. Tudo que vou fazer não dá certo, cai no chão. Como moro sozinha, preciso fazer minha comida, muitas vezes me queimo"e;, desabafou. 
 
Assim como muitas mulheres que também são vítimas de relacionamentos abusivos, Geisiane ainda precisou lidar com o peso do julgamento da sociedade. De acordo com ela, os familiares passaram a lhe dizer que ela havia procurado a situação pela qual passou e que agora "e;não adiantava chorar pelo leite derramado"e;. 
 
"e;Minha família me julga até hoje, porque me deram conselhos, me diziam para largar aquele homem, mas nunca larguei. Minhas amigas e conhecidas, amigas não, porque ninguém é amigo de ninguém, também diziam que ele me mataria. Mas nunca escutei os conselhos, da minha mãe principalmente"e;, afirmou. 
 
Geisiane contou que sonha em conseguir as próteses para reaprender a lidar com a nova condição que lhe foi imposta. 
 
Para doações de qualquer tipo basta entrar em contato pelo telefone: (65) 9 9959-5566.

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