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Com MT em chamas, governador afirma que há “guerra de imagem” contra o agro

Postado em 08/09/2020 por

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Ogovernador Mauro Mendes (DEM) criticou o que chamou de “uma guerra de imagem” contra o agronegócio do estado, feita por países concorrentes para culpar o setor pelas queimadas que assolam os Biomas do Pantanal e da Amazônia. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, lembrou que existem incêndios em outros locais do mundo, como EUA e Austrália, e garante que não faltam recursos no combate aos incêndios.

“Passamos por uma guerra de imagem que é feita pelos concorrentes do Brasil que é o maior produtor de carne, soja, milho e algodão. São mal intencionados mundo a fora que usam de mentiras para prejudicar o agro brasileiro. Queimadas existem em todo o planeta, na Flórida, na Austrália”, disse Mauro ao ser questionado sobre o fato das queimadas serem uma política incentivada, inclusive pelo Estado, para expandir a fronteira agrícola.

Isso porque durante abertura de novas frentes para ampliação da área plantada de grão, ocorreria o uso do fogo criminoso por grandes agricultores. Na última safra, MT bateu recordes de produção de soja com mais de 35 milhões de toneladas e milho, com 32,7 milhões de toneladas. A previsão anunciada pelo setor é expandir a área plantada para o próximo ano, que aumentou em 7%  desde 2019, quando foram registradas queimadas no norte do estado.

Mas, de acordo com Mauro, não há interesse do agronegócio nas queimadas, pois elas trariam prejuízos aos produtores. “Governo, produtor, ninguém tem interesse, quando queima uma palhada o agricultor perde 10%. É lamentável que pessoas façam isso de maneira criminosa”.

Durante a entrevista, o governador garantiu que tem empenhado todos os esforços possíveis no combate às queimadas e que não faltam recursos, mas a gravidade se deve a condições geográficas desfavoráveis. “Não houve falta de recursos, aqui em MT, tudo que planejamos desde março, quando a pandemia era algo vago, começamos logo nos primeiros movimentos de combate ao desmatamento. Não faltou recurso, se teve problema é porque somos um estado gigantesco, 900 mil km², áreas de difícil acesso.”

Parte do recurso usado para combater o desmatamento teria vindo do que foi recuperado pela Operação Lava-Jato. “Estamos agindo de forma rápida, com 2,5 milhomens no combate aos incêndios para minimizar os impactos, enfrentamos longos períodos de estiagem, umidade baixa, condições que não contribuem para o combate ao fogo. Aí eu digo, meus amigos, está queimando lá na Califórnia, todo ano temos queimadas”.

O governo do estado, só este ano, já teria aplicado mais de R$ 100 mil em multas por queimadas ilegais e ainda cerca de R$ 800 mil por desmatamento ilegal. Neste final de semana, o governo divulgou resultados das perícias em cinco áreas da região do Pantanal, ao sul do estado, onde ainda ocorrem incêndios florestais. Afirma que há danos provocados por ação humana intencional.

Conformeo Inpe, de janeiro até o final de agosto, o fogo no Pantanal brasileiro já havia queimado uma área correspondente a 12 cidades de São Paulo – 18.646 km2, cerca de 12% da área total do bioma. Pelo menos em Mato Grosso, 95% da destruição ocorreu em áreas de vegetação nativa: campos de gramíneas e ervas, florestas, palmerais, arbustos e toda a fauna que se aproveita desses ecossistemas perdidos para as chamas, segundo o Instituto Centro de Vida (ICV).

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