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Moradores denunciam agressão durante operação contra o desmatamento ilegal

Postado em 23/07/2021 por

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Após uma operação contra o desmatamento na Amazônia mato-grossense, em Colniza (a 1.060 km de Cuiabá), um grupo de moradores do Distrito de Guariba protestou contra a ação policial, no fim da tarde desta quarta (21). Eles alegam que um deles ficou com diversas lesões devido à suposta ação violenta da polícia. Contudo, Polícia Civil aponta que a suposta vítima em questão não quis registrar boletim de ocorrência.

Vídeo feito por um dos moradores questiona quem é o chefe da operação, enquanto a suposta vítima do abuso da ação policial mostra lesões pelas costas e nádegas para os policias militares do Núcleo. Um dos homens faz afirmações que são “trabalhadores de bem” e chega a falar que a vítima foi torturada. Os moradores insistem para que a vítima fale do caso à polícia – mesmo ali não sendo a sede da delegacia.

De acordo com a Polícia Civil, os policiais militares conversaram com os manifestantes para tentar conter os ânimos deles. Eles também orientaram a procurar a delegacia para registrar boletim de ocorrência, conforme   aparece no vídeo.  

Em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) também reforça que, “mesmo após orientação das forças policiais, o suspeito que alega em vídeo que foi agredido não quis se identificar e não registrou a ocorrência para apuração dos fatos”.

A Sema também esclarece que os fiscais do órgão não possuem armamento e não realizam abordagens sem apoio da força policial. “O órgão não tolera abusos, e caso seja constatado excesso por parte dos servidores estaduais, civis ou militares, serão tomadas as providências cabíveis”, disse.

Também por meio de nota, o Sindicato dos Servidores Públicos da Carreira dos Profissionais do Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso (Sintema) manifestou que repudia o uso de violência e que os servidores não usam armamento.

“O Sintema apoia a apuração dos fatos e é contrário ao uso de violência aplicado na fiscalização. Mas para que ocorra o esclarecimento dos fatos, há necessidade de se apresentar uma denúncia formal“, afirma o presidente do Sintema, Carlos Augusto.

O sindicato reforça ainda que é importante a realização de fiscalizações sobre o desmatamento e queimadas ilegais o que pode ser intensificado com o aumento da força de trabalho da Sema, com mais servidores.

Os moradores supostamente protestavam contra a Operação Amazônia, realizada pela Sema, Polícia Militar, Exército Brasileiro e órgãos ambientais no Distrito de Guariba, nesta terça (20). Imagens de satélite mostraram um flagrante caso de desmatamento ilegal na área. Na ocorrência, o Governo realizou apreensão de maquinário, condução de um suspeito à delegacia, a apreensão de três motosserras e duas armas de fogo.

Ao chegar no ponto de desmatamento, foi identificado um suspeito portando uma motosserra sem registro. Em seguida, no barraco utilizado como alojamento pelos infratores, foram localizados mais dois suspeitos com armas em punho, que evadiram do local apontando o armamento para o Grupamento da Força Tática e homens do Exército que fizeram a abordagem.

Após a evasão dos suspeitos, foram realizadas buscas na mata, onde foram encontradas as armas de fogo e munições intactas e deflagradas. Nas proximidades, foi localizado um caminhão esteira que estava sendo utilizado para extração irregular de madeira, e foi removido para o pátio da Sema. Também foi apreendido animal silvestre abatido.

Colniza é o município que mais desmata em Mato Grosso, onde historicamente há confronto e intimidação às ações de repressão ao crime ambiental e fiscalização realizadas pelo Estado. Para frear o desmatamento ilegal no Bioma Amazônia, a Operação Amazônia é conjunta entre órgãos estaduais e federais para coibir a prática e responsabilizar infratores.

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